segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A EXISTÊNCIA

"Inexprimível e sem nome é oq eu faz o tormento

e a delícia da minha alma, e que é, também,

a fome das minhas entranhas" (Nietzsche,

ZARATUSTRA, Das alegrias e das paixões).



O ser humano tem de comum com os demais seres o fato de que ele simplesmente é. Nós também somos.

Portanto, nastaria ser efetivamente para existir!



"A existência corresponde à realidade singular, ao homem singular; ela permanece fora do conceito que, de qualquer forma, não coincide com ela. Para um animal singular, uma planta singular, um homem singular, a existência (ser ou não ser) é algo decisivo" (S. Kierkegaard).


Mas há uma grande diferença no modo de ser!



1. O ser- humano está no tormento inexprimível e sem nome que o impele à procura e à pesquisa bem ou mal sucedida. É caminho que vai a´lém da situação! É transcendência.


Distancia-se assim dos demais seres costurados ao determinismo da natureza. Essa facticidade, essa fome de nossas entranhas, que nos lança para sonhos e projetos de vida, dá origem ao fenômeno humano que chamamos de existência. É nessa palavra 'existência' que compreendemos maximamente nosso ser e nos alongamos na compreensão dos demais.


"Determinamos a idéia de existência como poder-ser que compreende, e onde está em jogo seu próprio ser" (Heidegger, M. Ser e Tempo, par. 45).


"Só o ser-humano, até onde alcança nossa experiência, foi introduzido no destino da existência" (Heidegger, M. Sobre o Humanismo. Rio, 1967, p. 41).


2. A existência nos leva a compreender com clareza que o ser-humano não é dado feito, mas um envargo, uma tarefa de ser! um risco de ganhar-se ou perder-se.


"Justamente porque o humano é essencialmente possibilidade, ele pode no seu ser ou escolher-se e conquistar-se ou então perder-se, ou seja, não conquistar-se, ou conquistar-se só aparentemente" (Heidegger, M. Ser e Tempo, Par. 45)


" Sendo sempre eu, ou poder-ser (humano) é livre para a autenticidade e a inautenticidade ou ainda para um modo de indiferença" (Heidegger, M. Ser e Tempo, Par. 45).


3. É sobretudo no ato de pensar que o humano sinaliza o projeto de seu ter-que-ser (avoir à être, zu sein). Por isso, G. B. Vico (1668-1744) observava que Descartes, em vez de "eu penso, logo sou", deveria ter dito "eu penso, logo existo". Na atividade de pensar em si mesma, sem recursos externos, decortinamos nossas possibilidades de ser e consumamos nosso relacionamento com a realidade.


"Nossa relação com a realidade se consuma no pensar" (Wittgenstein, L. Textos fundamentales. Madri, 1987, p. 68).


4. A existência nos leva a compreender que o humano é ser-em-situação, vinculado ao mundo e aos outros. Para realizar o próprio ser, o humano se lança no mundo, submentendo-se às condições do mundo. Precisa aninhar-se na situação mundana como os peixes se aninham nas águas e os animais selvagtens nso mistérios da floresta. Precisa morar bem no mundo como as árvores na terra. Um morar enraizado.


"O mérito da filosofia consiste justamente em procurar na noção de existência o meio de pensar a condição humana. A existência é o movimento pelo qual o homem está no mundo, comprometendo-se numa situação física e social que se torna sua visão de mundo" (Merleau Ponty, M. Sens et Non Sens, Paris, 1948, p. 143).


Aqui no mundo, por mais amassado que se sinta, o ser humano se alonga no seu poder-ser mais próprio.


"O termo 'ex-sistir' torna-se assim sinônimo de ser-no-mundo, não constituindo, no fundo, senão outro nome para exprimir o que Husserl entende pela intencionalidadeda consciência ao defini-la como Welrfahrendes Leben (vida que experimenta o mundo)" (Dondeyne, A. Foi Chrétienne et Pensée Contemporaine, Louvain-Paris 1954, p. 18).


5. A existência não se esgota na compreensão de viver necessariamente na ciscunstância 'mundo', nem na comreensão de 'risco de ganhar-se e de perder-se'. Ela ainda se compreende como ser-para-a-morte.


Que acontece nessa compreensão?


A existência se abre para outro porvir, transcendente a si e ao mundo. Ela se dá conta que está no ser-que-espera.


A resposta autêntica do ser-para-a-morte é a espera.


Não da mesma forma como se espera um ônibus na rodoviária, mas como o inesperado, isto é, como o impossível ao nosso poder.



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Gente, antes de começar a inserir e veicular meus artigos de filosofia, colocarei alguns textos de um livro que gosto de ler vez em quando. O meu intuito, na relidade, é fazer com que pessoas que gostem de filosofia ou outras áreas, possam realizar seus comentários aos textos propostos, e assim, poder abrir várias discussões sobre os temas. Vale a pena ler, fazer algumas incurssões, inserir comentários e propor soluções, temas, discussões e por aí vai...ok???

Valeu pessoal!

Professor de Filosofia: Sidcley Brito

domingo, 17 de agosto de 2008

Os artigos de Filosofia a serem veiculados por mim, serão dos mais variados temas possíveis. Desde política à como é possível a construção do conhecimento em qualquer aspecto da vida pessoal e profissional...

sábado, 16 de agosto de 2008

FILOSOFIA - ARTIGOS

Olá pessoal, meu nome é Sidcley Brito e sou estudante do último período do Curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru, vulgo FAFICA. Estarei o mais brevemente veiculando artigos de pesquisas pessoais. OK???
Espero que vocês se interessem por essa área de conhecimento que é tão profunda e bela...

Obrigado!